
TRÂNSITO DE DIFÍCIL COMPREENSÃO
Quero ser franco: Viver numa sociedade livre e democrática é coisa muito, mas muito mesmo complicada, ser democrático acaba dando a impressão de que nós mesmos somos culpados pela situação do país e por tudo de errado que a política venha a cometer, a corrupção escancarada, sai ano entra ano e nada acontece de bom, talvez seja até um exagero, mas para nós a grande maioria conserta-se de um lado, quebra do outro e as coisas vão acontecendo, as pessoas enriquecendo e nós cada vez mais pobres, são taxas, impostos, o nepotismo, aumento de salário dos que tem o compromisso de cuidar da nossa cidade do nosso país e nosso salário cada vez mais insuficientes para nossa subsistência. No fundo, os grandes totalitarismos do nosso século (comunismo, fascismo, nazismo, e os outros “ismos” que venham a aparecer, se é que ainda exista algum) são tentativa de simplificar pela força a complexidade das sociedades modernas: são enormes simplismos, simplismos criminosos que procuram retornar a alguma beatífica ordem hierárquica primigênia, em que cada um estava em seu devido lugar e todos pertenciam a terra mãe e ao grande todo comum.O inimigo é sempre o mesmo: O individuo egoísta e sem vínculos, caprichoso, que se desgarra da acolhedora unidade social (a quem um pensador bastante cruel, Friedrich Nietzsche, chamava “O calor de estábulo”) e toma liberdades demais por conta própria.Nos dias de hoje é muito mais importante comprar, ter, do que usar.”O capitalismo se apropria de tudo numa velocidade estonteante, inclusive da arte, e faz com que tudo se transforme em mercadoria antes mesmo de estar pronto.
As transformações históricas, a perda ao longo prazo dos paradigmas norteadores da vida social, os avanços tecnológicos, o avanço cientifico por ora importante para todos, mas que por ora é aterrorizador, as crenças distintas de religião que vão movendo a fé do cidadão, tornando a instituição igreja um mercado competitivo, a falta de consciência na hora do voto se é que existe consciência para esse tipo de ação, as constantes novas teorias dentro dos estudos da antropologia que tenta dar conta do homem, fazem dos séculos XX e XXI, períodos que se dão dentro de um marco de movimento caótico, possível de ser substituído pelo termo Trânsito de difícil compreensão, uma vez perdida as noções de valores, de princípios, de ética, e até mesmo de estética que a pouco a pouco guiava-nos.
Pedala...Que pedalando a gente chega e beijos que já me tchau!
Eder Marçal

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