Toda e qualquer coisa me magoa.
Não aquelas coisas enormes, trágicas e terrificas,
(Como a morte em África, uma certeza.Ou as guerras no mundo, uma constante),
Eu, egoísta, egocêntrico e egotista que sou
Sofro com as minhas coisas minúsculas
Como se de vidro fosse feito.
Um vidro que quebra por dentro
E intacto, inviolável, se mantém no exterior.
E sofro desalmadamente, exageradamente, excessivamente,
E doem-me no corpo e sangram na alma
As coisas pequenas, banais e ridículas que me magoam.
Egoísta, egocêntrico, egotista
Feito de vidroFechado no umbigo
Magoado sofro,
Com as coisas ridiculamente pequenas
Obscenamente minúsculas
Tragicamente comuns e banais
Que abrem feridas que sangram
Que ferem como punhais.