Meu canto cantado para minha própria coreografia, um teatro de absurdos reais e absolutos amores, um extremo de vida e rutilância, a travessia entre a ordinariedade das formigas e a voracidade dos predadores, um desapego de matéria e circunstância, isso te devo.
E te devo as jóias engolidas, o sal nas pétalas, uma dor de esquina, tatuagens indeléveis na barriga, um gosto eterno de partidas.
Teus dias de altitude e asas, a cara branca e os olhos cegos da covardia, um rosto dilacerado de culpa, a bagunça nos teus armários, um gosto raro de vida que se inicia, teus princípios postos contrário, um sopro que sopra e não alivia, um eco incômodo numa casa vazia, para sempre esperando o que tu te devias, isso me deves.
E me deves o tu que te mostrei e que negaste alforria.
Estamos quites.
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